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Os trâmites para implementação de um porto na Manaus Moderna iniciou em 2010, quando o Departamento Nacional Infraestrutura de Transporte (DNIT) abriu um edital de concorrência para escolher a empresa responsável pelos estudos de viabilidade técnica-econômica e ambiental, além do projeto básico para o Porto da Manaus Moderna. Desde então, a administração do local passou por diferentes gestões, como a Companhia Docas do Maranhão (Codomar).
Atualmente, o projeto para o porto depende de liberação da Secretaria Especial de Portos do Ministério dos Transportes. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do ministério questionando sobre o projeto, mas a solicitação não havia sido respondida até o fechamento desta edição.
Com a vazante, o problema de ausência de estrutura se torna maior e a praia vira um ‘lamaçal’ por onde carregadores, passageiros, taxistas e carros particulares transitam. O local ainda aguarda a construção de um porto, cujo projeto ainda deve ser liberado pela Secretaria Especial de Portos, vinculada ao Ministério dos Transportes da Presidência da República.
Enquanto o projeto não sai do papel, quem precisa usar a área para se deslocar pelos rios entre os municípios amazonenses sofre com a falta de estrutura. No local, a reportagem flagrou lixo, urubus, e muita lama na praia. O local é o mesmo por onde passam carregadores de frutas e verduras que abastecem a feira da Manaus Moderna, localizada em frente ao porto.
O local é o mesmo por onde passam carregadores de frutas e verduras que abastecem a feira da Manaus Moderna. Foto: Reinaldo Okita
A vendedora Gilmara Marques, 22, chegou de Urucu, próximo à Coari (a 363 quilômetros de Manaus), na tarde desta terça-feira (04). Na capital, ela fez uma breve parada para trocar de embarcação e seguir a São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus). Por causa da vazante, o nível do rio baixou e uma praia está surgindo no local.
A passageira precisou passar de sandálias pela lama. Para ela, a falta de estrutura é absurda. “Só não sujei meus pés, porque vim desviando da lama”, disse Gilmara. O marido da vendedora, o também vendedor Eduardo Oliveira, 42, acredita que há um descaso com a área e também reclamou da falta de estrutura. “Manaus é uma cidade tão desenvolvida e já era para ter uma estrutura decente neste porto”, afirmou.
Para o agente de portaria Éden Chagas, 35, que está acostumado a fazer viagens anuais para diferentes cidades do Estado, o cenário parece tudo, exceto um porto de embarque e desembarque de passageiros e de cargas. “É uma imundice. Quando chove é um lamaçal feio que não tem condições de ninguém caminhar direito”, disse.
O carregador Luiz Nogueira, 40, que trabalha em uma das balsas disse que até escadas para passageiros são organizadas de forma improvisada. “Se não fosse o pessoal da balsa, não tinha nem escada para descer”, afirmou Luiz, acrescentando que, com a descida do nível do rio, as embarcações não ficam tão próximas às balsas e facilita a desorganização pela extensão do rio.
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